
Apesar da gravidade da crise do coronavírus, pedir recuperação judicial para tentar equilibrar as finanças ainda não faz parte dos planos da maioria das empresas gaúchas. É o que indica pesquisa do Instituto Index, solicitada pelo escritório Biolchi Empresarial, que atua em processos de reestruturação de companhias.
Segundo o estudo, apenas 5,7% das empresas ouvidas consideram pedir recuperação judicial. Outras 94,3% descartam essa possibilidade no momento. A pesquisa ocorreu em junho, a partir de uma amostra de mil entrevistas.
– A crise atual é completamente diferente das outras. Os números mostram que empresas estão adiando decisões, não querem entrar em recuperação judicial – relata Juliana Biolchi, sócia-diretora do escritório.
A advogada ressalta que uma das opções adotadas por companhias foi aumentar as dívidas para tentar manter as operações. Conforme a pesquisa, 26,3% elevaram o endividamento com o sistema bancário desde o início da pandemia.
– Muitas empresas estão achando que a crise termina em 15 dias, mas, enquanto não houver uma vacina, a tendência é de abre e fecha – diz Juliana. – Nem todas sabem, mas, antes da recuperação judicial, tem a extrajudicial, em que é feita a renegociação com alguns credores, e não com todos – acrescenta.
O levantamento indicou também que 33,9% das companhias suspenderam contratos de trabalho durante a pandemia. Enquanto isso, 48,7% apostaram em novo nicho de mercado para tentar driblar a turbulência.
EMPRESAS NO RS
5,7% estudam pedir recuperação judicial
4,6% consideram entrar em falência
33,9% suspenderam contratos de trabalho
27,3% demitiram funcionários
26,3% aumentaram o endividamento bancário
48,7% apostaram em novo nicho de mercado
Fonte: Instituto Index
Reportagem originalmente publicada em GaúchaZH.